Dando sequência
às nuances no ambiente de trabalho assunto abordado nos artigos “Colegaou Inimigo” e “AComunicação e os Neurônios Espelho”, vamos refletir sobre como o status
influência às relações no ambiente empresarial.
Para um líder
é muito importante entender as sutilezas que podem alterar o comportamento de
seus liderados. Neste artigo abordo como o status pode agir positivamente e
negativamente no desempenho dos colaboradores.
David Rock em
seu livro Your Brain at Work afirma que o status pode ser mais recompensador
que dinheiro. Isso é interessante, pois oferece ao gestor uma ferramenta a mais
para motivar seus colaboradores, podendo assim diversificar políticas de
recompensa que anteriormente só se baseavam no financeiro.
O status
segundo a neurociência usa os mesmos circuitos cerebrais que o instinto de
sobrevivência. Quando alterado o status gera respostas fortes que podem influenciar
rapidamente a maneira como as pessoas interagem.
Por exemplo, quando
encontramos pessoas em um nível inferior ao nosso na hierarquia automaticamente
sentimos bem por isso, pois o nosso status é maior. Na via inversa quando um
gestor encontra o presidente da empresa pode se sentir ameaçado por lidar com
alguém com maior status.
Em níveis
diferentes a posição do status é obvia, mas e quando dentro de uma equipe, um
membro que deveria ter a mesma importância que os outros é elevado sem motivo
aparente? Neste caso a percepção do status indevido ou injusto pode gerar desconforto
na equipe. A exclusão pode causar tanto sofrimento quanto a dor física. Poderíamos
usar isso positivamente para destacar o funcionário do mês, o melhor vendedor, etc.,
mas neste caso o destaque é baseado em chances justas para que cada um consiga sua
posição de “melhor”. Podemos também usar uma gestão de “rotatividade do status”
onde cada um poderia alternadamente “chefiar” uma tarefa. Isso além de um
instrumento de delegação (alívio para a gestão) agiria também como força
motivacional.
Apensar de não
haver uma escala universal para medir o status de cada um, (visto que cada um
tem uma interpretação do próprio status) devemos saber interpretar diferentes conceitos
de status, pois a violação deste gera uma resposta negativa intensa que
atrapalha a colaboração entre os companheiros de trabalho.
Quando falamos
com alguém de maior status uma resposta negativa pode ser gerada, isso aumenta
o fluxo de cortisol no sangue (hormônio do stress) e ativa o sistema límbico (área
cerebral ligada às emoções). Essa reação pode atrapalhar a clareza de
pensamento. A interação pode ser agravada quando o superior faz questão de se
exaltar perante o subordinado.
O colaborador
que é submetido a este tipo de situação criará um comportamento de defesa, fugindo
da interação e de tudo que for novo (o chefe que traz algo novo ativará a
memória anterior de “agressão”).
Uma equipe onde as forças não se unem não tem eficiência elevada. O status ameaçado ou a ameaça por alguém superior separa os integrantes da equipe. Afinal de contas... não mexa com meu status ou eu fujo ou te humilho! É importante reconhecer quando seu status é agredido e se controlar para não afastar seus companheiros. Abraço a todos.
Fonte: ROCK,
David. Your Brain At Work.
Nenhum comentário:
Postar um comentário