Os filtros do eu são empecilhos naturais,
porém precisamos ter ciência de suas influências sobre o processo de comunicação
para extrair o melhor das nossas interações.
Algo que me tocou sobre os filtros do eu, foi
o choque com uma frase que durante os estudos de empatia ficou na minha cabeça:
“Coloque-se no lugar do outro”. Quando você diz “eu entendo o que você está
sentindo” não ajuda a diminuir os “filtros do eu” durante as conversas. Apenas
estou adequando a percepção dos sentimentos alheios aos meus julgamentos para
que a conversa tenha “sentido” o mais rápido possível.
Então qual é o caminho que podemos adotar
para evitar tais distorções? É difícil (às vezes quase impossível rss) deixar o
eu de lado durante uma conversa, principalmente quando estamos irritados,
nervosos, estressados (a sociedade atual não é assim quase todo o tempo?) ou
apenas querendo “vencer” a conversa. Neste caso o entendimento sairá derrotado.
Após o processamento inconsciente da
informação formamos um rótulo sobre as pessoas, porém nesse momento podemos
intervir. Caso não estejamos preparados para isso podemos disparar
automaticamente comportamentos que não são “racionais”.
O preconceito negativo e precipitado é o “muro da Berlim” entre duas pessoas.
O preconceito negativo e precipitado é o “muro da Berlim” entre duas pessoas.
É importante tentar não julgar e perceber quando
está sendo julgado. A falha ocorre pelos problemas na escuta ativa e reflexiva.
Devemos segurar a emissão de julgamentos baseados em nossos princípios e
valores (junto com a ansiedade de conclusão) em um primeiro momento evitando
assim os rótulos automáticos.
A negação da existência de outra visão (ou o
“entendimento” precipitado) leva ao não reconhecimento dos motivos do outro.
Sem concordância nos aspectos fundamentais é impossível estabelecer
conectividade com outro ser.
É necessário prática e determinação para ouvir
com concentração o outro, afinal parafraseando o ditado Narciso acha feio o
que não é eco! Muitas vezes os motivos alheios são o remédio para os males da
alma surda. Ouça com atenção (não julgue), seja curioso ao ouvir, entenda as
razões do outro e reflita sobre o rótulo que será dado.
Leia também “A arte da observatória e da escutatória” e “Mudei de organização e não sei mais comunicar. O que fazer?”.
Fonte
FLAXINGTON,
Beverly D. Como se relacionar melhor com as pessoas.